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CENTRAL GERADORA HIDRELÉTRICA

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História

HISTÓRIA

CGH Lobo

Até a década de 20, as usinas hidrelétricas da S.A. Central Elétrica Rio Claro destinavam-se ao consumo imediato de energia, necessitando do auxílio de uma unidade térmica em períodos de estiagem. Estudos realizados sobre o déficit de fornecimento de energia naquela época sugeriram a instalação de uma unidade geradora com potência de 600 a 1.000 HP no ribeirão do Lobo.

A Central Geradora Hidrelétrica – CGH – Lobo foi construída entre nos anos de 1933 e 1935, pelo Advogado Dr. Eloy Chaves, grande empreendedor do estado de São Paulo, conhecido por ser pioneiro em obras e investimentos voltados ao setor de geração de energia. A usina do Lobo, também conhecida antigamente como Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Carlos Botelho (CSP, 2004), foi propriedade da S.A. Central Elétrica Rio Claro desde sua inauguração até o ano de 1966, quando passou a ser da CESP – Companhia Energética de São Paulo. Em setembro de 1997, a Elektro Geração S.A., uma das empresas da ENRON Corporation (TX, EUA), assumiu o controle da usina, que a partir de julho de 2007 passou a ter a Aratu Geração S.A. como proprietária.

A Usina do Lobo está localizada a 17 km do centro urbano de Itirapina/SP, no limite municipal com Brotas/SP, aproveitando o potencial hidráulico formado pelos ribeirões do Lobo, Itaqueri, Água Branca e do córrego Geraldo, que integram uma ampla bacia hidrográfica.

A barragem, do tipo contraforte Ambrosen, foi construída em concreto, denotando a leveza do conjunto, com suas fundações assentadas sobre rochas basálticas. O reservatório criado por essa estrutura forma um lago artificial, também conhecido como “represa do Broa”, devido aos famosos pães de milho e trigo de origem portuguesa que eram vendidos naquela região. O entorno da represa é formado por encostas arenosas, compostas por campos de pasto e vegetação secundária oriunda de reflorestamento (CSP, 2004), em consonância com casas de veraneio e áreas de lazer majoritariamente distribuídas na margem direita.

A represa do Broa é um dos reservatórios mais estudados do Brasil, considerada como uma importante “sala de aula” para estudos limnológicos no estado de São Paulo, devido à sua proximidade com renomadas instituições de pesquisa, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Carlos (UFScar), localizadas em São Carlos/SP e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) de Rio Claro/SP (Campregher e Martins, 2017).

No lado direito da barragem, foi incorporado um vertedouro de fundo, equipado com uma comporta acionada pelo lado a jusante. Já na parte central, foi construído o vertedouro de superfície, com seis vãos de escoamento. A regulagem das vazões é feita por meio da inserção de pranchões de madeira. O escoamento se dá por uma plataforma horizontal situada a 8,50 metros acima das fundações.

 

No lado esquerdo da barragem, foi instalada a tomada d’água da tubulação adutora, hoje equipada com comporta de acionamento mecânico. A tubulação adutora é constituída por um conduto em aço e tem sua maior extensão em baixa pressão recoberta, até atingir a chaminé de equilíbrio.

A casa de máquinas abriga um conjunto gerador formado por uma turbina de origem alemã da Voith, tipo Francis, de eixo horizontal com 3.000 HP, um gerador Westinghouse horizontal de 2.500 kVA e um transformador TrafoRio de 34.500/2.400 V, que operam desde 1935. Atualmente, a usina possui uma geração assegurada de 1,6 MW utilizando os equipamentos originais da época, com uma queda líquida de aproximadamente 58 m.

Referências:

S.A. Central Elétrica Rio Claro. História Da Energia Elétrica Em São Paulo. Edição Única. Rio Claro: CESP, 1986.

CAMPREGHER, R.; MARTINS, R. C. O “Modelo Broa” e a produção de conhecimento científico sobre o meio ambiente. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 40, p. 329-344, 2017.

CSP – Comissão de Serviços Públicos de Energia. Equipe Técnica da CSPE. Pequenas Centrais Hidrelétricas no Estado de São Paulo. 2. Edição revista ampliada. São Paulo: Páginas & Letras Editora e Gráfica, 2004.